A hemofilia é uma doença hereditária, ligada ao cromossoma X, em que o tempo de coagulação é muito aumentado. Provoca
Rainha Vitória
facilmente a morte, devido a hemorragias, se não for tratada.
Rainha Vitória
A história da hemofilia é muito mais antiga, provavelmente, tão antiga como a história do Homem, mas foi com a Rainha Vitória que ficou mais conhecida. No dia 10 de Fevereiro de 1840, a Rainha Vitória casou com o príncipe Alberto de Saxe-Cobourg-Gotha, que era seu primo direito, e dessa relação nasceram 9 filhos, de entre os quais Leopoldo, que tinha hemofilia, e Alice e Beatriz que eram portadoras. A união de Vitória e Albert marcou o começo da hemofilia na família real britânica, que eventualmente afectou a maioria das famílias reais europeias, passando a ser designada por “doença real” ou “doença de sangue azul”. Leopoldo, filho da Rainha Vitória, casou aos 29 anos com Helena de Wedbeck, e teve uma filha e um filho. No entanto, faleceu devido a uma queda, antes do nascimento do filho. A sua filha, Alice, era portadora da doença. A princesa Beatriz, a filha mais nova da Rainha Vitória, portadora da doença, casou com o Príncipe de Battenberg, que mais tarde viria a morrer durante a Guerra Angio-Boer. Beatriz era muito dedicada às suas crianças, em especial à filha, Vitória Eugenia, que também era portadora da doença. Esta viria a ser mais tarde conhecida como Rainha Ena de Espanha.
Reino de Espanha
Ena casou com Afonso XIII, Rei de Espanha, no dia 31 de Maio de 1906. Era uma rainha impopular, e portanto isolou-se do povo espanhol. Ena deu à luz o Príncipe Afonso, que era hemofílico, facto pelo qual o rei nunca a perdoou.
Império Russo
Csar Nicholas II da Rússica
A filha de Alice, e neta da Rainha Vitória, Princesa Alexandra de Hesse casou com Nicholas II da Rússia, em 1894. Dessa relação, Alexandra teve quatro filhas e um filho, Alexis, que tinha hemofilia. Desde que souberam que o seu filho tinha hemofilia, Alexandra e Nicholas protegeram-no e mimaram-no, cercando-o de guardas para onde quer que ele fosse. Deseperada com os acidentes que Alexis tinha, a imperatriz Alexandra voltou-se para o monge Rasputin, e ele começou a dar conselhos não só para o seu filho, mas também para a forma como o país devia ser governado. Tudo isto, juntamente com outros factores, contribuíram para que o povo se revoltasse contra o czar, e em 1917 a revolução Bolchevista começou.
Bibliografia
- Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira; Volume 26
- Dicitonary of Scientific Biography; Volume 1 & 2; Charles Scriber's Sons; New York; 1981
- Panfleto sobre a história da hemofilia; AHP