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Alexander F

Alexander Fleming

Sir Alexander Fleming, bacteriologista que dedicou a sua vida à investigação dos mecanismos de defesa contra as infecções bacterianas, nasceu a 6 de Agosto de 1881 em Lochfield, no sudoeste da Escócia e, morreu subitamente em 1955 em Chelsea vítima de uma trombose coronária.

Encontra-se sepultado na Catedral de São Paulo em Londres.

Vida

Licenciou-se na escola médica de St. Mary (Universidade de Londres) em 1906 e, integrou neste mesmo ano a equipa de discípulos de Sir Almoroth Wright. Em 1921, Fleming torna-se director assistente do Departamento de Inoculação, departamento este que se fundiu com o Instituto de Patologia e Investigação em 1933, cujo nome mudou para Instituto Wright – Fleming em 1948.

Apesar de seguir a doutrina de Wright relativamente à imunização (vacinas), não a aceitava como um dogma. As suas primeiras publicações revelavam algumas contradições face às convicções de Wright.

Durante a I Guerra Mundial, Fleming foi tenente no Corpo Médico do Exército Real Inglês. Sendo muito curioso e, com uma mente muito avançada para a época, recorria a técnicas engenhosas através das quais provou o poder bactericida do pus e a incapacidade de alguns anti-sépticos usados na altura, para desinfectar feridas resultantes dos ferimentos de guerra.

A sua contribuição notável para o progresso da Medicina decorreu, ainda que de forma acidental, ao longo da década de 1920:

  • Em 1921, enquanto inspeccionava uma placa de uma cultura bacteriana, contaminou-a através de um espirro com o seu muco nasal, verificando uns dias mais tarde a destruição de algumas colónias bacterianas existentes, no preciso local onde o muco nasal tocou na placa – a este agente bactericida foi dado o nome de lisozima e ao microorganismo susceptível Micrococcus lysodeikticus. Com a ajuda de W. D. Allison, descobriu a presença da lisozima no soro, lágrimas, saliva, leite e na albumina do ovo;
  • No ano de 1928 ocorreu a descoberta da penicilina. Relatos da época revelam que o seu laboratório estava sempre muito
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    Cultura mostrando a dissolução de colónias de estafilococcos à volta da colónia de Penicillium (colónia grande)

    desarrumado, o que “ajudou” em grande parte à sua grande descoberta. Ao inspeccionar antigas placas de culturas bacterianas, antes de proceder à sua destruição, verificou o crescimento oportunista de um fungo em várias placas de Petri inoculadas com Staphylococcus aureus – as colónias bacterianas que se encontravam ao redor do fungo eram transparentes devido a um fenómeno de lise bacteriana. O fungo foi denominado mais tarde Penicilium notarium.

Esta descoberta foi comunicada ao Jornal Britânico de Patologia Experimental no ano de 1929, mas Fleming não patenteou a sua descoberta, achando que deste modo seria mais fácil a distribuição do fármaco a toda a população.

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Acção antibacteriana de uma cultura de Penicillium

A obtenção e purificação das culturas deste fungo eram muito difíceis e dispendiosas, e, como a comunidade científica da época pensava que esta descoberta não tinha muita relevância, a purificação da penicilina que permitiu a sua síntese e distribuição com acesso a toda a população , só ocorreu quando existiu o interesse dos químicos Ernst Boris Chain e Howard Walter Foley, que descobriram um método industrial para a sua produção em escala.

Tal como na grande maioria dos casos, as notáveis descobertas de Fleming foram subestimadas pela comunidade científica da época, tendo sido reconhecido como um cientista notável anos mais tarde, sendo em 1943 eleito membro da Sociedade Real, nomeado cavaleiro em 1944, recebendo em 1945 (conjuntamente com Chair e Foley) o prémio Nobel da Medicina, culminando em 1945 com a eleição para Presidente da Sociedade de Microbiologia Geral, sendo eleito reitor da Universidade de Edimburgo em 1951. A descoberta da penicilina é uma das mais importantes da história da medicina e a sua introdução na terapêutica iniciou uma nova era – “ A era dos antibióticos”.


Bibliografia

  1. Grande Enciclopédia Universa; volume 9; Durclub, S.A., 2ª Edição (2004); página n.º 5736.
  2. Dicionário Enciclopédico de Medicina; Coutinho, A. Céu; 3ª Edição (1980); Argo Editora; páginas n.º : 1784-1787
  3. Modern Drug Use – An Enquiry on Historical Principles; Mann, R., D.; MTP Press Limited; 1984; páginas n.º : 558-563.
  4. Microbiology; Prescott, L. M.; Harley, J. P.; Klein, D. A.; 3ª Edição (1996); McGraw Hill; páginas n.º: 657-658.
  5. Dictionary of Scientific Biography; 1981; Charles Scriber's Sons; New York
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