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Na idade média, um dos períodos mais importantes para a história da farmácia é o período Islâmico onde alguns autores descrevem e enumeram alguns medicamentos. Os autores islâmicos descrevem a flora e a fauna com interesse na sua utilidade, dividindo da seguinte forma: vegetais - farmacológica; animais – alimentos; minerais - venenos.

Farmacologia e Farmácia

Autores como Hunayn ben Ishaq, o egípcio Abd al-Latif, o Ibn al-Baytar, onde numa das suas obras reconhece mais de 1400 medicamentos de origem vegetal e mineral organizados por ordem alfabética tornando-se numa grande influencia no renascimento, escrevem sobre medicamentos. Entre este tipo de textos destacam-se os dedicados a quadros resumo das drogas, protótipo dos quais seria el Taquin as sihha de Ibn Boutlan, a Tabla de salud ou o Taquini Sanittis dos latinos. Estes quadros dão a informação concisa sobre cada droga, incluindo o nome, a sua quadlidade (fria quente), os intervenientes, os humores favorecidos pela droga, etc, formando um condensado guião sobre o saber farmacológico. São também comuns os manuais de medicamentos compostos, onde se indicam os componentes, as quantidades necessárias de cada um, e a sua forma de elaboração, exemplos disso são as receitas de hospitais.

Um dos livros mais importantes para a Farmácia é “O Livro de Farmacia na Arte de Curar” de Abu al-Raihan Muhammad ben Ahmad al-Biruni. É dividido em duas partes, em que na primeira é discutido a origem do termo Saydanah e os nomes das drogas, juntamente com o comércio com as especiarias da Índia e as relações entre a farmacologia árabe, grega e hindú. Na segunda parte, ordenada alfabeticamente, ocupa-se do estudo do habitat das drogas, cultivo e conservação das mesmas, bem como a sua indicação farmacológica e as suas doses necessárias em cada caso.

De extraordinária influência sobre a posteridade é o livro de Masawayh al-Maridini, um autor egípcio apelidado de “o evangelista dos farmacêuticos”, cuja obra De medicinis universabilus et particularibus foi publicada pela primeira vez em Veneza (1471). Neste livro, podemos encontrar as normas precisas para preparar os medicamentos de acordo com as “regras de Mesué”, obrigatórias a todos os farmacêuticos galenistas.

A Profissão Farmacêutica

É evidente a inexistência de uma separação jurídica entre as profissões médica e farmacêutica no Islão durante a Idade Média, assim como a presença de técnicos de alta preparação científica, os sayadila, dedicados exclusivamente á preparação dos medicamentos a partir do século IX no Oriente ao serviço dos centros hospitalares, o maristanes. De igual modo ao dos médicos, não havia um só tipo de farmacêutico, pois haveria muitos artesãos envolvidos no comércio de drogas e especiarias, outros como boticários e confeiteiros – nas farmácias preparavam-se xaropes, mas também doces e conservas – e não existia separação profissional clara, de tal forma que todos os médicos, desde os sábios aos praticantes poderiam preparar os seus próprios medicamentos sem ter que recorrer ao serviço dos sayadila. No entanto, é no Ocidente Islâmico que surge, pela primeira vez, especialistas nos medicamentos, se escreveram livros destinados ao seu uso e se incrementa, de maneira evidente, o interesse científico em questões farmacológicas.

Separação entre a Medicina e a Farmácia

A separação legal entre as actividades das profissões ocorreu na Europa, mais precisamente na Villa de Arlés na França.

Causas Científicas

A especial dedicação dos autores islâmicos aos temas farmacológicos levou à aparição de pessoas especializadas na preparação de medicamentos, uma vez que se tornava díficil uma só pessoa lidar com o diagnóstico, prognóstico e terapêutica. No entando, a situação vai ser consolidada mediante disposições legais em que se vai escolher a organizaçao sindical como garantia de bom funcionamento. É de notar que a separaçao teve lugar em locais e culturas fortemente influenciadas pelo islamismo, chegando muito mais tarde a locais pouco influenciados por esta cultura.

Causas Religiosas

A especial dedicação dos autores islâmicos aos temas farmacológicos levou à aparição de pessoas especializadas na preparação de medicamentos, uma vez que se tornava díficil uma só pessoa lidar com o diagnóstico, prognóstico e terapêutica. No entando, a situação vai ser consolidada mediante disposições legais em que se vai escolher a organizaçao sindical como garantia de bom funcionamento. É de notar que a separaçao teve lugar em locais e culturas fortemente influenciadas pelo islamismo, chegando muito mais tarde a locais pouco influenciados por esta cultura.

Causas Sócio-Económicas

Como em outras actividade esconómicas, os recém nascidos boticários se agrupam numa espécie de sindicatos, dando lugar a uma estrutura profissional de grande duração no tempo com a pecularidade da sua dependência, intelectual e operativa em relação à medicina, que pouco a pouco se foram libertando graças à sua organização sindical.


Enquanto os médicos dispunham de uma larga tradição entrelaçada com o desenvolvimento do mesmo pensamento científico, os seus conhecimentos foram transmitidos por autores eclesiásticos e por centros de ensino de Salerno e de nascentes universitárias. Por outro lado, os boticários são tomados como artesãos, e aparentados aos comerciantes de medicamentos, aos pasteleiros e cozinheiros, sob a vigilância cientéfica dos médicos. São estes que vão marcar os avanços da terapêutica ao longo dos séculos, enquanto os boticários vão seguir um longo caminho rumo à educação científica e à emancipação professional, conseguida apenas com a entrada dos seus estudos na universidade.

Bibliografia

Puero Sarmiento, F.J. El mito de Panacea. Compendio de Historia de la Terapéutica y de la Farmacia. Madrid: Doce Calles, 1997

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